sábado, 25 de junho de 2011

De olho na estreia no UFC, Ronny Markes dá ênfase à preparação física.



Quando se preparava para descer de peso e lutar até 84kg, Ronny Markes recebeu um telefonema com uma proposta irrecusável: lutar no UFC. A diferença é que isso mudaria sua rotina de treinos, já que ele teria que se manter entre os meio-pesados. Nada preocupante para quem tem 11 vitórias e apenas uma derrota no cartel lutando com 93kg, e a promessa da Kimura Nova União topou o desafio de estrear no octagon dia 14 de agosto contra Karlos Vemola no lugar do lesionado Stephan Bonnar.

Markes, que estava mais próximo do Strikeforce quando assinou com o UFC, garante estar quase 100% recuperado de uma lesão na mão que sofreu na sua última luta, contra Paulão Filho. “Já fiz manopla e não senti dor. Estou cuidando, fazendo fisioterapia constantemente, e até a luta estarei 100%”, afirma o atleta.

Na entrevista abaixo, Ronny diz que vai focar na preparação física para estar em condições de enfrentar um atleta que desceu dos pesados para os meio-pesados, e no wrestling. A promessa brasileira também ressalta o trabalho feito em conjunto no Rio Grande do Norte e no Rio de Janeiro pela Kimura Nova União. Confira na íntegra:

PVT: Você disse pra gente que iria descer de categoria para ter mais chances no exterior, e agora vai estrear no UFC entre os meio-pesados. O que vai focar na preparação?

Ronny Markes: Eu já vinha abaixando o peso, mas apareceu essa oportunidade do UFC e eu não poderia deixá-la passar. Quem sabe, no futuro, eu consigo lutar até 84kg, mas por enquanto meu foco é treinar bastante, aprimorar a parte física, pra chegar o mais forte possível e fazer frente aos que estão nos meio-pesados.

PVT: O Vemola lutou recentemente entre os pesados e agora desce de peso. Acha que isso vai ser uma dificuldade para você?

Ronny Markes: Hoje em dia está tão nivelado que não acredito que venha a ser uma grande dificuldade. O que faz a diferença lá é a preparação física e o wrestling, e é nisso que vou dar ênfase nos treinamentos. Vai ser difícil, é claro, ele é um cara muito forte, mas dei sorte de enfrentar um cara da mesma altura que eu (1,84m), porque geralmente o pessoal até 93kg é muito mais alto. Vou lá pra fazer minha luta e espero chegar bem condicionado pra isso.

Qual sua expectativa para o UFC? De quantas lutas é seu contrato?

Não caiu a ficha ainda. Recebi a notícia através de um telefonema do Jair Lourenço (líder da Kimura Nova União) e não sabia se ria ou chorava. Sempre sonhei com isso, desde moleque, vendo aqueles caras lutarem... tinha o sonho de estar lá. Trabalhei muito duro pra isso e agora quero fazer uma luta boa, me manter dentro do evento. Tenho quatro lutas no contrato e não adianta bater e voltar, quero me firmar, me dar bem tanto até 93kg quanto, no futuro, até 84kg.

Na Nova União você tem muita gente com muita experiência diferente. Tem campeão do UFC, top5 de categoria, gente que bateu e voltou, atletas que brilharam no Japão, outros que fazem carreira aqui... Em que isso pode te ajudar no UFC?

É sempre bom treinar com gente de nome, isso tira um pouco a ansiedade antes das lutas. Além da Nova União, treino com o Pedro Rizzo, Thales Leites e Glover Teixeira na Delfim, e escutar conselhos de gente que conhece como é o caso do Pedro é muito importante, deixa muito tranquilo. Antes da minha luta com o Paulão, no Recife, ele me ligou pra me confortar, ajudou a tirar o nervosismo. Já treinei com o Werdum também, que é outro super gente fina. Isso sem contar o Dedé, que só de escutá-lo já te deixa pronto pra fazer uma boa luta e ter sucesso. O que ele pedir, eu faço.

Para terminar, deixe uma mensagem para o Dedé e para seu mestre na Kimura, o Jair Lourenço, e para a galera de Natal.

Não tenho nem palavras pra falar dele. A parceria com a Kimura foi a melhor coisa do mundo, só fez acrescentar pra gente. Foi muito importante ter essa oportunidade de trabalhar com o Dedé não só dentro como também fora do ringue, ele é excepcional, muito bom profissional. É um amigão dos atletas, seja quem for. Digo que não temos só um professor, mas um amigo também. As pessoas o criticam, mas porque não estão nem perto de alcançar os feitos dele. Pra quem tá fora, é muito fácil criticar. Quero ver é fazer o que ele faz.

O que tenho a dizer ao mestre Jair é que estamos juntos. Sempre começo a preparação com ele e termino no Rio de Janeiro. Sem o Jair, nada na minha vida seria possível. Eu era só mais um moleque de uma comunidade carente em Natal, de pais humildes, não tinha dinheiro pra pagar a mensalidade do jiu-jitsu, e ele me acolheu, a única coisa que cobrou foi competir desde cedo. Sou muito grato a ele, ao Thiago Macedo, meu preparador físico que sempre ajuda muito, e a todo mundo da equipe de Natal, à minha família, esposa, eles são a base de tudo. Não podemos esquecer nossas origens.

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